– Não consigo ouvir seu áudio.
– A imagem não carrega.
– O steaker não aparece.
– O WhatsApp caiu?
– Caiu!
– E não só ele, mas todas as plataformas operadas pelo Facebook.
– Meu Deus! Não consigo sobreviver sem Facebook, Instagram e WhatsApp!
* * * * *
Julho é um mês que sempre me traz profundas reflexões. Talvez porque eu complete mais um ano de vida. Talvez porque o Sol em Câncer mexa com as minhas “águas internas”. Talvez porque eu use tudo isso de pretexto para fazer reflexões duras e necessárias, que vez ou outra, evito.
Entre as milhares de ponderações que acontecem nas sinapses dos meus neurônios, me questiono (muito) sobre a vida a partir da conectividade. A dimensão que os celulares e as redes sociais ganham diariamente e como estamos cada dia mais dependentes desses pequenos gigantes.
Nossa vida está toda na palma de nossa mão. Desde a velha e boa agenda telefônica, calendário, câmera fotográfica, dados de saúde e treinos de academia até bancos.
Há de se prestar atenção no que é real e no que é virtual. Estamos deixando de viver os momentos para vivenciá-los através de lentes e imagens em uma timeline. Passamos a sentir as emoções por meio dos emojis. Damos o peso excessivo às redes, enquanto “há tanta vida lá fora”…
Não posso deixar de reconhecer a importância das redes sociais no mundo. Elas mudaram a dinâmica da comunicação, dos relacionamentos, das percepções e de como fazer negócio. Deram voz às pessoas. Deram força para os que não eram ouvidos. Somente o Facebook tem mais de 130 milhões de usuários no Brasil.
O Youtube já se torna o segundo buscador mais utilizado da rede, atrás apenas do Google (e sim, você leu direito. As pessoas utilizam o Youtube cada vez mais como buscador). O WhatsApp mudou a forma de praticamente todos os brasileiros portadores de um celular de se comunicarem e ensinou às operadoras uma nova forma de se relacionar com seus clientes.
E entre as águas de mudanças internas do Sol em câncer e o inferno astral, as sinapses dos meus neurônios me fazem questionar: será que somos capazes de nos reconhecermos sem as lentes e sem os filtros? Será que sabemos dar o peso correto para a tecnologia nas nossas vidas?
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– Seria esse o fim dos tempos?
– Agora caiu o WhatsAPP Web. Ai, Minha Nossa Senhora da Conectividade! Como vive?
– Seria esse o momento para nos perguntarmos: quem é dono de quem?
Marcela Barbin é Relações Públicas e sócia da Conceito Comunicação.